Este programa foi concebido como um primeiro passo para gerar "palavras" ao acaso. A forma mais simples de gerar "palavras" ao acaso, seria sortear conjuntos de letras de vários comprimentos (por ex., conjuntos de cinco letras). Os conjuntos gerados teriam pouca semelhança com palavras de uma língua, se bem que, por acaso algumas das "palavras" geradas poderiam existir. Para gerar "palavras" com sonoridade semelhante à de uma determinada língua, devemos descobrir algumas de suas regras características . No caso do português, definimos as seguintes regras para nossas primeiras tentativas:
a) As "palavras" teriam seis (6) letras .
b) As "palavras" alternariam vogais (v) e consoantes (c).
c) As probabilidades da escolha dos conjuntos vc e cv deveriam refletir as probabilidades com que estes conjuntos aparecem na língua portuguesa.
Assim as palavras seriam do tipo cvcvcv ou vcvcvc.
Para atribuir as probabilidades, deveriamos fazer um estudo detalhado das probabilidades com que, por ex., os vários pares cv e vc (ou tríades cvc e vcv) aparecem na língua purtuguesa, particularmente nas palavras com seis letras. Por simplicidade, verificamos num dicionário quantas linhas eram usadas para palavras que se iniciavam com os pares ab, ac, ad ....az,....eb,ec,.....ub, uc,.....uz,ba,be,.....zu.
De posse dessas probabilidades, sorteamos, usando uma rotina de números ao pseudo-acaso, séries de números que foram usados para escolher tríades de pares cv e vc.
Os conjuntos mais comuns na língua portuguesa, como CA, BO, AL, ES etc., apareciam mais freqüentemente do que os conjuntos raros como ZU, UX etc.
Assim, algumas possíveis palavras seriam por ex. CACETE, BOLADA, ACABAC etc. (não havia censura para possíveis "palavrões"!).
As palavras geradas tinham uma sonoridade claramente semelhante à sonoridade das palavras realmente existentes na língua portuguesa. Uma fração das "palavras" geradas existia realmente.
Posterirmente foi atribuido um número que indicava se a palavra era formada por conjuntos de alta ou baixa probabilidade de existir na língua portuguesa. Se verificou que se o número era grande (alta probabilidade), era de fato mais provável que a "palavra" realmente existia.
Foram realizadas algumas listagens de palavras e, por ocasião da Exposição de 1986 no MAC/USP, foi programado um micocomputador para reproduzir o "BEABÁ" e os visitantes podiam levar uma folha pessoal, com palavras geradas pelo micro, que era diferente de qualquer outra.